À medida que se aproxima a temporada de Fórmula 1 de 2025, a imagem de Lewis Hamilton vestido com o icónico uniforme vermelho da Ferrari deixou Norbert Haug, ex-chefe de motorsport da Mercedes, com um sentimento de melancolia. Haug expressou o seu desagrado ao ver Hamilton deixar a Mercedes, uma equipa com a qual alcançou um sucesso monumental, em direção aos gigantes italianos.
Hamilton, que está a preparar-se para a sua temporada inaugural com a Ferrari, fez a surpreendente mudança para a equipa italiana com um contrato de vários anos, marcando apenas a segunda mudança da sua distinta carreira. A sua transferência anterior ocorreu em 2013, quando fez a mudança da McLaren para a Mercedes.
Ao longo de 12 temporadas com a Mercedes, Hamilton construiu um legado impressionante, igualando o recorde de Michael Schumacher de sete Campeonatos do Mundo em 2020, e tornando-se o primeiro piloto a alcançar 100 vitórias em Grandes Prémios e pole positions no ano seguinte.
A saída de Hamilton da Mercedes significa uma mudança significativa na sua carreira – pela primeira vez, ele irá competir sem um motor Mercedes. Até agora, cada uma das suas 356 corridas de F1 foi impulsionada pelo fabricante alemão, remontando à sua temporada de estreia com a McLaren em 2007.
Haug, que foi o responsável pelas operações de motorsport da Mercedes, teve um papel crucial na formação da carreira de Hamilton através da parceria da Mercedes com a McLaren. Embora tenha perdido a oportunidade de colaborar com Hamilton na equipa de F1 da Mercedes, sediada em Brackley, o seu recente encontro com Hamilton durante a tournée de despedida do piloto na sede da Mercedes em Stuttgart, Alemanha, trouxe de volta boas memórias.
Numa entrevista à Sky Alemanha, Haug admitiu a sua tristeza ao ver Hamilton nas cores da Ferrari, uma vez que sempre o tinha imaginado a terminar a sua carreira na Mercedes. Apesar disso, expressou total confiança no potencial de Hamilton para conquistar um inédito oitavo Campeonato do Mundo com a Ferrari, afirmando que Hamilton irá “dar tudo”.
A narrativa da carreira de Hamilton tomou um rumo controverso em 2021 quando lhe foi negado o seu oitavo título na corrida decisiva de Abu Dhabi. Muitos acreditam que este título foi “roubado” a ele devido à implementação incorreta das regras do Safety Car pelo diretor de corrida, o que permitiu a Max Verstappen da Red Bull ultrapassar Hamilton na volta final. Desde então, o desempenho de Hamilton tem sido algo contido, com apenas duas vitórias em corridas desde o início da temporada de 2022.
Haug afirmou que a controvérsia do título de 2021 desencadeou uma “demolição” tanto para Hamilton como para a Mercedes, com numerosos contratempos a afetar a equipa nos anos seguintes. A decisão de Hamilton de separar-se da Mercedes foi talvez influenciada por esses contratempos, incluindo uma temporada sem vitórias em 2023, que o levou a ativar uma cláusula de rescisão e mudar-se para a Ferrari.
Apesar dos desafios recentes, Haug mantém-se otimista em relação ao futuro da Mercedes, apontando para resultados encorajadores de um teste de pré-temporada com o novo carro W16 no Bahrein. Ele concluiu: “Acho que estamos, como sabem, tão bons quanto estávamos na última corrida.” Esta declaração pode sugerir um potencial ressurgimento para a Mercedes num futuro próximo, preparando o cenário para uma emocionante temporada de 2025.