O mundo da NASCAR não é estranho à controvérsia, e o mais recente incidente envolvendo Ty Dillon, Austin Cindric e o experiente Kyle Busch não é exceção. Numa situação que deixou fãs e pilotos em acalorada discussão, os eventos no Circuito das Américas (COTA) trouxeram à tona algumas decisões questionáveis por parte da NASCAR.
Ty Dillon, que deixou o evento numa explosão de frustração e desilusão, encontrou-se num confronto com Austin Cindric durante os estágios iniciais da corrida. Na quarta volta, uma manobra agressiva de Cindric fez com que Dillon colidisse contra a parede, causando danos significativos ao seu veículo. Dillon conseguiu chegar a casa em 28.º lugar, enquanto Cindric, o instigador do incidente, terminou ligeiramente à frente, em 25.º.
O incidente levou a um clamor por penalizações severas para Cindric, devido ao histórico da NASCAR de decisões rigorosas em casos semelhantes. No entanto, quando a NASCAR anunciou uma mera dedução de 50 pontos e uma multa de 50.000 dólares para Cindric, muitos ficaram atónitos, gerando discussões acaloradas sobre as aparentes inconsistências no processo de penalização da NASCAR.
O campeão da série Cup em duas ocasiões, Kyle Busch, conhecido pela sua franqueza, expressou a sua desilusão com a decisão da NASCAR. Criticou a decisão do organismo sancionador, afirmando que a intenção deveria ser punida de forma igual, independentemente do piloto ou do circuito. Os seus comentários destacam incidentes anteriores em que foi penalizado, sugerindo um viés no processo de tomada de decisão da NASCAR.
Num retrocesso a 2011, o próprio Busch foi suspenso por um fim de semana após ter destruído intencionalmente Ron Hornaday numa corrida da Truck Series no Texas Motor Speedway. Esta experiência passada deixou Busch a questionar se a sua punição mais severa se deveu à sua reputação, em vez da natureza da infração.
Os comentários de Busch ecoaram os sentimentos de muitos outros pilotos e fãs que acreditam que tratamento preferencial é dado a certas equipas, particularmente aquelas sob a alçada de Roger Penske. Esta suspeita foi ainda mais alimentada pelas recentes suspensões de Bubba Wallace e Chase Elliott por incidentes semelhantes de “right-rear hook”, em comparação com a mera dedução de pontos e multa aplicada a Cindric.
Defendendo a decisão da NASCAR, Mike Forde, diretor-geral de comunicações de corrida, explicou que avaliam cada incidente de forma única. Embora considerem casos anteriores, cada violação é tratada como um evento único, uma declaração que pouco fez para apaziguar os fãs.
A introdução da nova regra de isenção da NASCAR, que afirma que um piloto suspenso perde todos os pontos de playoff, acrescentou mais uma camada ao debate. Ao evitar uma suspensão para Cindric, a NASCAR permitiu que ele mantivesse os seus pontos de playoff, levando a mais acusações de favoritismo, especialmente dada a proeminência da Team Penske no desporto.
Contrariamente à sorte de Cindric, a equipa de Kyle Larson foi penalizada severamente após uma violação de segurança em COTA. Dois membros da equipa foram suspensos por duas corridas quando a roda dianteira direita de Larson se soltou prematuramente. Este incidente, combinado com a decisão sobre Cindric, levou a mais perguntas sobre a consistência da NASCAR na penalização.
No meio da controvérsia, alguns encontraram sorte. Chase Briscoe e a sua equipa tiveram uma grande penalização revertida após apelarem que as modificações ao spoiler do seu carro foram não intencionais. A decisão fez com que Briscoe subisse da 45ª para a 15ª posição na tabela de pontos de playoff.
Esta recente enxurrada de eventos sem dúvida agitou as águas dentro da comunidade da NASCAR. À medida que o debate sobre o aparente tratamento preferencial da NASCAR em relação à equipa de Roger Penske continua, a questão permanece – deveria Austin Cindric ter sido suspenso? É uma questão que continua a dividir opiniões e que sem dúvida permanecerá um tema quente por algum tempo.