A contagem decrescente começou. Em apenas algumas semanas, Kimi Antonelli vai gravar o seu nome na história da Fórmula 1 como o terceiro piloto mais jovem a competir no desporto, quando fizer a sua tão aguardada estreia pela Mercedes no Grande Prémio da Austrália. Com apenas 18 anos, o prodígio italiano já viveu uma vida inteira no automobilismo e agora está pronto para dar o próximo passo na sua ascensão meteórica.
Para aqueles que não têm estado atentos, Antonelli não é apenas mais um novato. Ele é um talento geracional com uma paixão profunda por corridas, uma determinação incansável para vencer e uma ligação à Fórmula 1 que remonta à sua infância—literalmente a esgueirar-se para o paddock aos sete anos. Agora, ele está prestes a subir ao maior palco do automobilismo e carrega o peso da história nos seus ombros.
Concentrado: A Vantagem Competitiva de Antonelli
A equipa de comunicação da Mercedes sentou-se recentemente com Antonelli na sede da equipa em Brackley, onde a jovem estrela elucidou o seu estado de espírito tanto dentro como fora da pista. Embora possa ser um adolescente descontraído no seu tempo livre, no momento em que entra em modo de competição, transforma-se num competidor focado como um laser.
“Quando estou na pista, consigo simplesmente concentrar-me totalmente,” explicou Antonelli. “Estou completamente determinado e apaixonado por este desporto e pelo que faço. Quando conduzo, estou a tentar fazê-lo por instinto.”
Mas o seu fogo competitivo não se limita às corridas. Quer seja paintball ou bowling com amigos, Antonelli admite que leva cada desafio a sério. “Eu concentro-me e fico muito competitivo—mal falo com os meus amigos nesse momento!”
O Menino de Sete Anos que Enganou a Segurança
Enquanto a maioria dos jovens pilotos não tem a oportunidade de sentir o ambiente de um paddock de F1 até chegarem à Fórmula 3 ou Fórmula 2, Antonelli teve a sua primeira experiência aos sete anos—embora em circunstâncias pouco convencionais. Sem acreditação oficial, o seu pai encontrou uma forma criativa de o levar ao coração da ação no Grande Prémio da Alemanha de 2014.
“Não conseguia entrar no paddock porque era muito pequeno,” recordou Antonelli. “O meu pai decidiu esconder-me dentro de uma pilha de pneus e levar-me através de um carrinho. Colocámos um guarda-chuva em cima para me tornar mais difícil de ver!”
Uma vez dentro, um amigo da família conseguiu um passe apropriado, dando ao jovem Kimi a oportunidade de absorver a atmosfera. “Foi uma experiência tão fixe—mas nós rimos sempre da história do carrinho,” admitiu.
Seguindo os Passos de Senna: A Importância do Número 12
Como muitos jovens corredores, Antonelli idolatrava Ayrton Senna enquanto crescia. Mas a sua admiração pela lenda brasileira vai além de simplesmente apreciar o seu brilhantismo na pista.
“Sempre fiquei realmente apaixonado quando via vídeos do Senna,” revelou Antonelli. “Enquanto crescia, assistia a todos os DVDs dos anos 80 aos anos 2000. Quando via o Ayrton, ele realmente se destacava.”
Embora nunca tenha tido a oportunidade de testemunhar a magia de Senna ao vivo, Antonelli mergulhou em cada pedaço de filmagem que conseguiu encontrar. “Vi o documentário e a série recente também. Ele é o meu ídolo por quem ele era fora da pista, assim como dentro dela. Um piloto incrível, mas uma grande pessoa também.”
A admiração de Antonelli por Senna é tão profunda que ele escolheu levar o número 12 no seu Mercedes, o mesmo número que Senna usou durante os seus primeiros anos com a Lotus entre 1985 e 1987.
“É também o número que usei pela primeira vez em monolugares,” acrescentou Antonelli. “Desde a F4, comecei a usar o 12 de imediato, e funcionou bastante bem com esse número. Espero conseguir manter isso na F1.”
E a história sugere que ele está no caminho certo—correndo com o #12, Antonelli dominou os campeonatos de F4 italiana e alemã em 2022 e seguiu isso conquistando a série de Fórmula Regional na Europa e no Médio Oriente em 2023. Se os resultados passados são alguma indicação, esse número pode ser um bom presságio.
Um Piloto Local com uma Ambição Global
Apesar de ter dado o salto para o palco internacional, Antonelli mantém-se profundamente ligado às suas raízes. Quando questionado sobre os seus circuitos favoritos, ele rapidamente apontou para as lendárias pistas perto da sua cidade natal.
“Gosto muito de Imola e Mugello. Ambas são excelentes pistas,” disse ele. “Imola está a cerca de 30 minutos da minha casa, e Mugello está a cerca de 50 minutos.”
Mas o seu amor pelas corridas vai além de Itália. A primeira vez que conduziu em Silverstone, ficou impressionado com o lendário circuito. “Passar por Maggotts, Becketts, Chapel e Stowe num carro de F1—deixou-me sem palavras,” disse ele.
Outra pista que deixou uma impressão duradoura? Mónaco. “O foco que precisas, especialmente na velocidade de volta única, é incrível,” acrescentou Antonelli.
O Próximo Capítulo na Herança da Mercedes
Com a sua estreia em 2025, Antonelli torna-se apenas o sexto piloto a tempo inteiro da Mercedes desde que a equipa voltou à Fórmula 1 em 2010. Ele segue os passos de nomes lendários como Michael Schumacher, Nico Rosberg, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas.
À medida que a Mercedes olha para o futuro, o jovem de 18 anos Antonelli representa um novo capítulo na histórica herança dos Silver Arrows. E com o seu talento bruto, profundo respeito pela história da F1 e determinação inabalável, ele está pronto para escrever a sua própria história—uma que bem pode vê-lo juntar-se às fileiras dos grandes.
Agora, o palco está montado. As luzes vão apagar em Melbourne, e o mundo finalmente verá do que Kimi Antonelli é feito.
Uma coisa é certa: isto é apenas o começo.