Durante anos, o lendário caderno vermelho de Adrian Newey tem sido uma fonte de intriga no paddock da Fórmula 1. Frequentemente visto apertado nas suas mãos durante caminhadas na grelha e inspeções na box, o misterioso caderno tornou-se sinónimo da dominância da Red Bull durante a era do efeito de solo.
Mas agora, enquanto Newey se prepara para deixar a Red Bull pela Aston Martin, o génio da F1 finalmente revelou o que estava dentro dessas páginas—e como as suas observações perspicazes moldaram as máquinas vencedoras de campeonatos da Red Bull.
O Caderno Vermelho de Newey: Um Manual de Espionagem ou um Livro de Estratégias para Inovação?
A abordagem científica de Newey à aerodinâmica sempre lhe deu uma vantagem sobre os rivais, mas a sua verdadeira arma secreta não era apenas o seu profundo conhecimento técnico—era a sua incrível capacidade de analisar concorrentes em tempo real.
“É normal tentar ver o que os outros estão a fazer,” admitiu Newey.
Ele usou o seu infame caderno para anotar detalhes minuciosos sobre os chassis e atualizações aerodinâmicas das equipas rivais. Mas, ao contrário do que muitos assumiam, ele não estava apenas a copiar ideias—ele estava decifrando a sua intenção.
“Ocasionalmente, levo isto de volta aos rapazes da fábrica e digo: ‘Olhem. Notaram isto? Pode valer a pena copiar. Vamos experimentar no nosso carro, ver o que eles estão a fazer.’”
Newey Não Apenas Copiou—Ele Decifrou o Código
Enquanto alguns designers na F1 se concentram em replicar conceitos, a curiosidade intelectual de Newey levou-o além disso. Ele não estava interessado apenas em como outras equipas faziam alterações—ele queria saber porquê as faziam.
“Outras vezes, uso isso mais para pensar: ‘Ok, eles foram por esta direção. O que estão a tentar alcançar?’”
Para Newey, compreender o objetivo de uma atualização aerodinâmica era muito mais valioso do que saber o método técnico utilizado para alcançá-la.
Esta abordagem única ajudou a Red Bull a manter-se um passo à frente da concorrência durante a maior parte da era do efeito de solo.
A Queda da Red Bull: Porque a Magia de Newey Não Conseguiu Afastar os Rivais Para Sempre
Apesar do genialidade de Newey, a Red Bull enfrentou desafios sérios na parte final de 2023 e em 2024. A McLaren e a Ferrari reduziram rapidamente a diferença, expondo fraquezas no caminho de desenvolvimento da Red Bull.
Newey reconheceu que o chassis RB20 se tornou cada vez mais difícil de conduzir, particularmente para Sergio Perez, que teve imensas dificuldades contra Max Verstappen.
“A McLaren, em particular, e a Ferrari também, desenvolveram os seus carros rapidamente e fizeram um excelente trabalho. Mas no final de 2023, o carro da Red Bull tornou-se cada vez mais difícil de conduzir, uma tendência que continuou em 2024. Max conseguia lidar com isso. Não era do seu agrado, mas conseguia lidar. Checo não conseguia.”
A diferença de desempenho entre Verstappen e Perez alargou-se à medida que os problemas de manuseio do carro da Red Bull se intensificaram. Enquanto Verstappen conseguia extrair o máximo desempenho, as dificuldades de Perez apenas amplificaram as fraquezas da Red Bull.
A Red Bull pode sobreviver sem Newey?
À medida que a Formula 1 entra no último ano da era do efeito de solo em 2025, a Red Bull enfrenta um enorme desafio—tem de desenvolver um chassis vencedor de títulos sem Adrian Newey.
Com mudanças massivas de pessoal a abalar a operação de Milton Keynes, conseguirá a Red Bull manter a sua dominância—ou será que a saída de Newey é o começo do fim?
Entretanto, Aston Martin pode ter acabado de realizar o golpe do século. Com Newey prestes a revolucionar a sua filosofia de design, será que Fernando Alonso finalmente terá um carro competitivo para o campeonato em 2026?
O panorama da F1 está a mudar—e o lendário caderno vermelho de Newey pode agora conter a chave para a ascensão da Aston Martin.