Num revelação que abalou o mundo do automobilismo, o lendário designer da Fórmula 1 Adrian Newey abriu-se sobre a sua monumental decisão de deixar a Red Bull Racing após quase duas décadas. O homem de 66 anos, amplamente considerado uma das maiores mentes técnicas da história da F1, refletiu sobre a sua escolha de se separar da equipa que ajudou a transformar de um forasteiro numa força dominante, conquistando seis títulos de Construtores e cinco Campeonatos de Pilotos com Sebastian Vettel e Max Verstappen.
Uma Decisão Que Parecia “Louca”
Newey admitiu que, há apenas um ano, a ideia de deixar a Red Bull parecia impensável. No entanto, a sua vontade inata por novos desafios acabou por levá-lo à Aston Martin, onde assumirá o papel de Parceiro Técnico Gerente a partir de 2025.
“Se me tivessem dito há 12 meses que estaria a deixar a Red Bull e agora a começar de novo, eu teria dito: ‘não, estás louco’,” disse Newey à Auto Motor und Sport.
“Mas por várias razões, senti que não seria fiel a mim mesmo se ficasse. A primeira decisão difícil foi exatamente essa: Fico ou não? Sendo honesto comigo mesmo, não consegui.”
Por Que Aston Martin?
Uma vez que Newey decidiu deixar a Red Bull, a questão de para onde ir a seguir tornou-se premente. Ofertas da Ferrari, McLaren e Williams circularam na roda de rumores, mas foi o presidente da Aston Martin, Lawrence Stroll, quem o conquistou com uma mistura de charme à antiga e ambição moderna.
“A paixão e o compromisso de Lawrence são muito persuasivos,” disse Newey. “É um regresso ao modelo à antiga, onde o chefe de equipa é o proprietário, como Frank Williams ou Ron Dennis. Isso traz uma sensação única. Lawrence é o único proprietário de equipa verdadeiramente ativo nesta era moderna.”
A Atração de um Novo Desafio
A decisão de Newey não se baseou apenas na visão de Stroll. A perspetiva de ajudar a Aston Martin a fazer a transição para uma equipa totalmente operacional com motores Honda em 2026, combinada com a promessa de uma instalação de última geração em Silverstone, revelou-se irresistível.
“Tornou-se uma escolha muito natural,” explicou Newey. “Ter a oportunidade de ser acionista e parceiro é algo que não me foi oferecido antes.”
Aposentadoria? Ainda Não
Após uma carreira que abrange mais de três décadas e 12 Campeonatos de Construtores com a Williams, McLaren e Red Bull, poderia pensar-se que a aposentadoria estava nos planos. No entanto, Newey desdenhou da ideia de deixar a F1 tão cedo.
“Cheguei à conclusão que me iria aborrecer a não fazer nada,” disse ele. “Porque não continuar a fazer o que sempre quis fazer e do qual sempre gostei?”
Perspectivas Futuras
A mudança de Newey para a Aston Martin sinaliza uma alteração sísmica no panorama competitivo da F1. Com o regresso da Honda como fornecedora de unidades de potência e o investimento profundo de Stroll em recursos, a equipa está pronta para desafiar a elite do desporto. A experiência inigualável de Newey em aerodinâmica e design de carros desempenhará, sem dúvida, um papel central na busca da Aston Martin pela glória no campeonato.
Ao enfrentar este novo desafio, Newey mantém-se tão motivado como sempre. A sua jornada da Red Bull para a Aston Martin não é apenas uma mudança de carreira—é uma declaração de intenções de uma das figuras mais icónicas da F1: o desejo de continuar a inovar e a moldar o futuro do desporto motorizado.