Aston Martin fez mudanças abrangentes na sua liderança enquanto procura recuperar de uma temporada de 2024 pouco emocionante. Andy Cowell, que foi anunciado como CEO em julho de 2024 e começou a sua função em outubro, agora adicionou o título de diretor de equipa às suas responsabilidades. O ex-chefe das operações da unidade de potência da Mercedes tem a tarefa de guiar a Aston Martin de volta à contenda após o acentuado declínio no desempenho da equipa.
Reestruturação da liderança na Aston Martin
A campanha de 2024 marcou uma viragem dececionante para a equipa. Apesar de ter terminado em quinto lugar no campeonato de construtores pelo segundo ano consecutivo, a contagem de pontos da Aston Martin despencou de 280 em 2023 para apenas 94. Enquanto Fernando Alonso garantiu oito pódios em 2023, 2024 não trouxe tais altos.
Para enfrentar estas dificuldades, a Aston Martin passou por mudanças significativas na liderança. Mike Krack foi rebaixado, abrindo caminho para Cowell assumir as funções de diretor de equipa juntamente com o seu papel de CEO. Além disso, o renomado guru da aerodinâmica Adrian Newey juntou-se à equipa vindo da Red Bull, com a sua influência a ser esperada para ter efeito com o carro de 2026 sob as novas regulamentações da F1. Enrico Cardile substituiu Dan Fallows como diretor técnico, continuando a tendência da Aston Martin de recrutar talentos da Red Bull.
A visão de Cowell para uma reviravolta
Num entrevista franca no site oficial da Aston Martin, Cowell destacou os desafios que a equipa enfrentou em 2024, incluindo a falha em traduzir o seu implacável calendário de atualizações em desempenho na pista.
“Não falta esforço em toda a equipa. Definitivamente ganhámos o Campeonato do Mundo de 2024 pelo maior número de atualizações, mas essas atualizações não entregaram o tempo de volta,” admitiu Cowell.
Para abordar isto, Cowell enfatizou a necessidade de um processo de desenvolvimento mais robusto:
“Precisamos de garantir que todas as nossas ferramentas e processos no Campus de Tecnologia estão a funcionar bem o suficiente para assegurar que, sempre que levamos uma atualização ao circuito, estamos pelo menos 90 por cento certos de que vai funcionar na pista e atender às nossas expectativas.”
Foco na tecnologia e precisão
A Aston Martin está a apostar em avanços tecnológicos para reduzir a diferença para os líderes. Com um túnel de vento de última geração a entrar em funcionamento e ferramentas poderosas de dinâmica de fluidos computacional (CFD) à sua disposição, Cowell está otimista quanto à possibilidade de alcançar uma taxa de sucesso mais elevada no seu pipeline de desenvolvimento.
“As nossas simulações podem dar-nos uma orientação robusta, e estou confiante de que podemos chegar ao ponto em que estamos certos 90 por cento das vezes. Esse é o nível em que as equipas vencedoras do Campeonato do Mundo estão a operar, por isso esse deve ser o nosso objetivo, no mínimo,” afirmou Cowell.
A chegada de Adrian Newey: Um divisor de águas para 2026
Embora Newey se junte oficialmente à Aston Martin em 2025, o seu impacto será inicialmente limitado. As suas contribuições influenciarão principalmente o carro da equipa de 2026, que será projetado sob novas regulamentações. Conhecido pelos seus designs inovadores e pelo seu currículo vencedor de campeonatos, a chegada de Newey é esperada como um ponto de viragem para a equipa.
O caminho a seguir: Reconstruir o legado da Aston Martin
O papel duplo de Cowell como CEO e diretor da equipa representa uma estratégia ousada para unificar a liderança e agilizar a tomada de decisões. No entanto, o sucesso da equipa dependerá da capacidade de aproveitar efetivamente as suas atualizações tecnológicas e a nova equipa de liderança.
A Aston Martin enfrenta uma batalha difícil para subir na grelha da F1, mas com Cowell ao leme, a perspicácia de Alonso nas corridas e a futura influência de Newey, a equipa está a preparar o terreno para uma recuperação a longo prazo.