À medida que a Fórmula 1 se prepara para a radical reformulação das unidades de potência em 2026, Toto Wolff, Diretor da Mercedes, mantém-se reservado sobre o progresso da equipa, admitindo, “Não sabemos onde estamos.” Enquanto o otimismo cauteloso de Wolff despertou intriga, George Russell contrapôs com uma confiança ousada, pintando um quadro promissor para a próxima era da Mercedes na F1.
2026: Uma Era Transformadora para a Fórmula 1
As regulamentações de 2026 estão prestes a revolucionar o desporto, focando-se na sustentabilidade e nos avanços tecnológicos:
- Combustíveis sustentáveis para reduzir a pegada ambiental do desporto.
- A remoção do MGU-H, simplificando os sistemas híbridos.
- Uma distribuição de potência 50/50 entre componentes elétricos e motores de combustão interna.
A Mercedes, uma força dominante durante o início da era híbrida, é mais uma vez apontada como líder. No entanto, a complexidade das novas regras e a incerteza sobre o progresso dos concorrentes mantiveram Wolff cautelosamente realista.
Toto Wolff: “Não Sabemos Onde Estamos”
Wolff reconheceu que a Mercedes fez progressos em algumas áreas, mas enfatizou que nem todos os objetivos foram alcançados.
“Certas expectativas que estamos a cumprir, isso é bom. Outras, ainda estamos a esforçar-nos para atingir os nossos alvos. Não é trivial,” admitiu Wolff. “A questão é, definiste as tuas expectativas da maneira certa? Portanto, a resposta é, não sabemos onde estamos.”
Os seus comentários cautelosos destacam o segredo competitivo em torno do desenvolvimento da unidade de potência de 2026, onde até a menor inovação pode determinar a hierarquia.
A Base de Clientes em Expansão da Mercedes
A divisão de Powertrains de Alto Desempenho (HPP) da Mercedes irá fornecer motores a quatro equipas em 2026:
- Mercedes-AMG Petronas (equipa oficial)
- McLaren
- Williams
- Alpine, que se junta como um novo cliente
A adição da Alpine compensa a perda da Aston Martin, que irá mudar para a Honda como uma operação apoiada pela fábrica. Esta reestruturação estratégica posiciona a Mercedes como o fornecedor com a base de clientes mais ampla, potencialmente oferecendo dados valiosos em pista através de várias equipas.
A Confiança de George Russell na HPP
Em contraste marcante com o tom medido de Wolff, George Russell exibia confiança, traçando paralelos entre a dominância da Mercedes em 2014 e as suas perspetivas para 2026.
“Normalmente, 2026 parece uma eternidade, mas no mundo da Fórmula 1, vai estar aqui amanhã,” comentou Russell.
“A experiência que a equipa teve em 2014 com o novo grupo motopropulsor, combinada com o que aprendemos na Fórmula E e no hipercarro AMG ONE, dá-nos muita confiança.”
Russell também enfatizou o papel da Petronas, o fornecedor de combustível de longa data da Mercedes, na promoção da tecnologia de combustíveis sustentáveis, um pilar das regulamentações de 2026.
Concorrentes Preparam-se para 2026
A Mercedes não é a única equipa a fazer ondas à frente de 2026:
- A Ferrari irá fornecer motores à Haas e à Cadillac, além da sua equipa oficial.
- A Audi está a desenvolver uma unidade motriz personalizada para a sua entrada na fábrica liderada pela Sauber.
- Red Bull Powertrains, em parceria com a Ford, irá fornecer motores tanto à Red Bull Racing como aos Racing Bulls (anteriormente AlphaTauri).
- Honda, que regressa com a Aston Martin, terá um foco exclusivo numa equipa, potencialmente impulsionando o desenvolvimento.
O campo lotado de fabricantes fortes prepara o palco para uma era de intensa competição.
Um Ato de Equilíbrio para a Mercedes
A jornada da Mercedes até 2026 é uma história de equilibrar otimismo com realismo. Enquanto a confiança de Russell reflete a rica história de inovação e sucesso da equipa, a abordagem cautelosa de Wolff sublinha os desafios de se manter à frente num cenário em rápida evolução.
Com engenheiros da HPP, experiência na Fórmula E, e colaborações de ponta com a Petronas, a Mercedes parece estar bem equipada para lidar com a transição. No entanto, o verdadeiro teste virá em 2026, quando a bandeira verde for agitada e a nova era começar.