O mundo da Fórmula 1 está em alvoroço com a notícia de que o Grande Prémio da Bélgica irá rodar fora do calendário a partir de 2028. Este é um momento crucial para o desporto, pois abre portas para novos locais se juntarem ao calendário cada vez mais lotado, uma decisão impulsionada pelo crescimento explosivo da F1 na era da Liberty Media.
O CEO da F1, Stefano Domenicali, tem há muito sugerido que, embora o calendário tenha atingido o seu limite logístico de 24 corridas, o desporto está a explorar formas de introduzir novos locais. Isso envolveria reorganizar as corridas existentes no calendário, criando espaço para países ansiosos por acolher um Grande Prémio.
A decisão de rotacionar Spa-Francorchamps, uma das pistas mais icónicas da F1, sinaliza uma clara intenção de diversificar o calendário. Mas a pergunta que permanece é: qual país irá aproveitar esta oportunidade cobiçada?
Os Candidatos: Uma Corrida Global para Acolher a F1
A Pressão da Ásia: Bangkok e Incheon Lideram a Carga
A Tailândia parecia ter a vantagem nas suas ambições de F1, com o ex-Primeiro-Ministro Srettha Thavisin a defender uma corrida de rua em Bangkok. Reuniões entre Thavisin e Domenicali sugeriram que uma estreia em 2028 era plausível. No entanto, a destituição de Thavisin lançou incerteza sobre o projeto.
A Coreia do Sul, por outro lado, está a olhar para um regresso após a sua última corrida de F1 em 2013 no Circuito Internacional da Coreia. A cidade de Incheon apresentou uma carta formal de intenções para uma corrida de rua e teve discussões com Domenicali no Grande Prémio do Japão. No entanto, os seus planos ainda estão nas suas fases iniciais.
O Regresso de África: África do Sul vs. Ruanda
A longa ausência de África do calendário da F1 pode estar prestes a acabar. O circuito de Kyalami, na África do Sul, que não é visto desde 1993, está a passar por melhorias para cumprir os padrões da F1. O Ministro dos Desportos, Gayton McKenzie, declarou com confiança que uma corrida em Kyalami “vai acontecer”, possivelmente já em 2027.
Entretanto, Ruanda surgiu como um desafiante surpreendente. Com o apoio do Presidente Paul Kagame, o país pretende construir um circuito de última geração perto do aeroporto de Bugesera, em Kigali. Projetado pelo ex-piloto de F1 Alex Wurz, a pista promete um traçado pitoresco que incorpora lagos e florestas. A Gala do Prémio FIA realizada em Ruanda em dezembro passado reforçou a candidatura da nação.
A Luta da Europa pela Relevância
Enquanto a F1 está ansiosa por expandir-se globalmente, a Europa não está fora da equação. A França está a fazer lobby por um lugar rotativo após a sua última corrida em 2022, e a entrada da Audi na F1 reacendeu o desejo da Alemanha por um regresso. A ausência de Hockenheim desde 2019 deixou uma lacuna evidente para um país que já acolheu batalhas lendárias da F1.
Os Desafios à Frente
Embora o interesse destas nações seja inegável, garantir uma corrida de F1 envolve mais do que ambição. Desde o apoio governamental até o cumprimento das exigências financeiras e infraestruturais rigorosas da F1, a jornada da intenção à execução está repleta de desafios.
Domenicali enfatizou que qualquer nova adição deve alinhar-se com a visão de longo prazo da F1. Esta abordagem cautelosa garante que o desporto evite erros do passado, como locais de desempenho insatisfatório ou acordos insustentáveis.
O Que Vem a Seguir para a F1?
A rotação de Spa prepara o palco para uma feroz competição entre os potenciais anfitriões. Enquanto a Ásia e a África têm o potencial para eventos inovadores, o pedigree estabelecido da Europa não pode ser ignorado.
Com 2028 como alvo, o próximo ano será crucial para estas nações solidificarem as suas candidaturas. Seja uma corrida de rua sob as luzes de néon de Banguecoque, um regresso ao passado histórico de Kyalami, ou uma corrida inaugural através da paisagem pitoresca de Kigali, o futuro da F1 promete ser mais global e dinâmico do que nunca.